A identificação genética de animais se dá pela comparação de sequências de regiões alvo do genoma mitocondrial, principalmente pela subunidade I do gene do citocromo C oxidase (COI), e o gene cytb. Essa técnica de identificação de espécies animais foi denominada de “DNA Barcode” no trabalho publicado por Hebert et al. (2003).
A técnica de DNA Barcode é feita seguindo essas etapas:
Amostragem: onde se dá a coleta de uma pequena amostra de DNA do animal que se quer investigar, podendo ser do músculo, sangue, saliva, ovos, conteúdo estomacal, pelo, fezes, entre outras. A amostra deve ser coletada de acordo com o intuito da pesquisa, podendo ser coletada em campo ou ser um material fornecido pela polícia ambiental, zoológicos, reservas ambientais, entre outros. A amostra deve conter os dados do local de coleta, data e a área de ocorrência.
Análise Laboratorial: essa etapa envolve os procedimentos de extração de DNA e a amplificação do gene do citocromo C oxidase (COI) ou do gene cytb, a amplificação é feita pela técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). Em seguida é feito a eletroforese, onde irá separar e purificar as macromoléculas principalmente ácidos nucleicos e proteínas, e em seguida é feito o sequenciamento do DNA esse método gera um cromatograma onde cada cor corresponde a uma das bases nitrogenadas que compõem a sequência, dessa forma, a sequência de cores irá compor o código de barras da espécie em estudo (a ordem de sequenciamento e da eletroforese depende da geração utilizada no sequenciamento, podendo ser de primeira, segunda ou terceira geração).
Busca pelos Banco de Dados Biológicos: após a análise de todos os dados obtidos, deve-se buscar pela sequência encontrada nos bancos de dados, onde é possível que a sequência já tenha sido depositada e assim podemos descobrir a que espécie se trata a amostra em questão. No Brasil, o Consórcio responsável pela identificação molecular da biodiversidade brasileira é o BRBOL – Brazilian Barcode of Life, que deposita os dados obtidos no Bold Systems, Barcode of Life Data System (Banco de Dados Biológicos Públicos Internacional), GenBank, DDBJ (Banco de Dados de DNA do Japão), NCBI, entre outros.
Confecção dos laudos: nessa parte é emitido o resultados das análises, o qual será encaminhado para o órgão responsável pelo julgamento do possível crime.
Outro método muito utilizado é o STR (Short Tanden Repeats), o qual estuda regiões repetitivas de DNA chamadas de minissatélites (VNTRs) e microssatélites (STRs), essa técnica é feita pelos seguintes passos:
Amostragem: onde se dá a coleta de uma pequena amostra de DNA do animal que se quer investigar;
Análise Laboratorial: essa etapa envolve os procedimentos de extração de DNA e sua amplificação, a qual é feita pela técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), esse processo é feito in vitro, em seguida é feito a tipagem do DNA e é também analisado polimorfismos (variações genéticas) presentes no DNA mitocondrial (e as vezes no cromossomo de origem parental). Dessa forma, os fragmentos de DNA são submetidos à eletroforese em gel, assim analisando o número de repetições podemos chegar à conclusão da amostra já que cada polimorfismo é diferente em cada animal (fingerprint).
Busca pelos Banco de Dados Biológicos: após a análise de todos os dados obtidos, deve-se buscar pela sequência encontrada nos bancos de dados, onde é possível que a sequência já tenha sido depositada e assim podemos descobrir a que espécie se trata a amostra em questão e a família a qual o animal pertencente de fato. Exemplos: NCBI, BRBOL, Bold Systems, Barcoding of Life Database Systems (Banco de Dados Biológicos Públicos Internacional), GenBank, DDBJ (Banco de Dados de DNA do Japão), entre outros.
Confecção dos laudos: nessa parte é emitido o resultados das análises, o qual será encaminhado para o órgão responsável pelo julgamento do possível crime.
Referências:
ALVARENGA , Jefferson. O que é o DNA Barcode?. [S. l.], 26 abr. 2019. Disponível em: https://www.biotadofuturo.com.br/o-que-e-o-dna-barcode/. Acesso em: 28 dez. 2020.
PRINCÍPIOS da Técnica de Eletroforese. [S. l.], 3 mar. 2016. Disponível em: https://kasvi.com.br/principios-da-tecnica-de-eletroforese/. Acesso em: 28 dez. 2020.
DOLINSKY, Luciana et al. DNA FORENSE: ARTIGO DE REVISÃO. SAÚDE E AMBIENTE EM REVISTA, [s. l.], 2007. Disponível em: https://www.biologia.bio.br/curso/2%C2%BA%20per%C3%ADodo%20Faciplac/Gen%C3%A9tica/DNA%20forense_artigo%20de%20revis%C3%A3o.pdf. Acesso em: 28 dez. 2020.
GONÇALVES, BIANCA. Análises genéticas, ações educativas e criação de banco de dados forense: estratégia multidisciplinar para proteção jurídica à conservação biológica de aves traficadas. [S. l.: s. n.], 2018. Disponível em: /repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/153271/gon%E7alves_bp_dr_bot.pdf;jsessionid=BB45C15AF8AC6966993445099D135659?sequence=3. Acesso em: 28 dez. 2020.
BORGES, Prof. Dr. Júlio. Sequenciamento do DNA e suas aplicações. [S. l.: s. n.], [2020?]. Disponível em: http://graduacao.iqsc.usp.br/files/Sequenciamento-do-DNA-e-suas-aplica%C3%A7%C3%B5es.pdf. Acesso em: 28 dez. 2020.
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