A identificação molecular, identificação genética, permite a identificação dos animais por sequências nucleotídicas que podem ser retiradas de qualquer fragmento de tecido, como de sangue, pelos, chifres, penas, carne, ossos, entre outros.
Portanto a determinação da espécie a partir de um fragmento utilizando usando o seu DNA, diferentemente da identificação morfológica que apresenta limitações dependendo da idade e das condições do animal, tem como resultado uma maior especificidade.
A utilização do DNA mitocondrial (mtDNA), o qual está presente na maioria dos eucariotos e apresenta replicação independente do DNA nuclear, é muito utilizado para a identificação taxonômica e aplicação forense por apresentar vantagens em relação ao DNA nuclear, sendo sua principal vantagem a maior abundância de cópias deste em comparação ao DNA nuclear, dessa forma tecidos muito diminutos, com pouco DNA ou com o DNA bastante degradado, podem ter seu DNA mitocondrial amplificado. Outra vantagem é a ausência de íntrons e dessa forma praticamente não sofrem recombinação. Considerando que o DNA mitocondrial possui uma taxa de mutação mais alta que o DNA nuclear, ele possui diversas regiões variáveis que podem ser utilizadas para diferenciar indivíduos dentro de uma espécie, sobretudo na região controladora, a única porção não codificante do mtDNA.
Dois genes mitocondriais têm sido mais utilizados para a identificação, sendo eles:
O gene mitocondrial do citocromo b (cytb) que possui maior abundância de sequências disponíveis no GenBank, dessa maneira a identificação ficaria mais fácil e com mais confiabilidade. E o gene mitocondrial da subunidade I do citocromo c oxidase (COI) que é utilizado como “código de barras” para identificar toda a diversidade de espécies animais, por possuir uma baixa taxa de substituição de aminoácidos o que permite reconstruções filogenéticas mais profundas.
Observação: O que é a Filogenia molecular?
A filogenética busca reconstruir as relações de parentesco entre as diferentes formas de vida de acordo com suas histórias evolutivas (Hennig, 1966; Amorim, 1997; Mattioli, 2001).
Utilizando inicialmente características morfológicas, os pesquisadores passaram a utilizar, também, características comportamentais, citogenéticas, moleculares e até características externas ao próprio organismo, como teias e ninhos, para fazer as inferências evolutivas. Portanto, as características moleculares, sobretudo sequências de nucleotídeos e aminoácidos, mostraram-se tão úteis para a reconstrução de filogenias quanto as metodologias clássicas, dessa maneira passaram a ser também utilizadas para a construção filogenética.
Referências:
BOTTEON, Victor. GENÉTICA FORENSE CONTRA A BIOPIRATARIA. Instituto Êxito, [S. l.], p. 1, 29 set. 2020. Disponível em: https://institutoexito.net.br/artigo/genetica-forense-contra-a-biopirataria. Acesso em: 28 dez. 2020.
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